AS PALAVRAS
São como cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
Eugénio de Andrade
7 Comments:
At 11:19 da tarde, Victor Oliveira Mateus said…
Maria,
obrigado pela sua visita à
minha "dispersa palavra".
Eu também gostei desta selecção,
por isso fiz um link... é mais fácil.
Um beijo (de lá)
At 11:35 da tarde, Dois Rios said…
Maria,
Basta procurar o silêncio nas ondas do mar para que a poesia encontre o seu lugar.
Eugénio de Andrade faz das palavras uma imensidão de mar. Adoro esse poeta!
Cheguei aqui de clique em clique e gostei do que vi. Vou voltar.
Beijos,
At 11:36 da tarde, Manuel Veiga said…
beijo. as palavras "sofrem"...
(quando não comunicam)
At 10:57 da tarde, Márcia Maia said…
saudade daqui, Maria. e de vc.
um beijo bem grande daqui, onde é quase inverno.
At 2:37 da tarde, Maria Laura said…
É tão belo esse poema de Eugénio de Andrade! Obrigada, Maria, pela tua visita à Cor do Silêncio.
At 11:08 da tarde, JPD said…
Um beijinho pela bela escolha para esta edição.
At 10:39 da tarde, Manuel Veiga said…
beijos
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