À noite vou por aí,
ociosamente.
Percorro um ritual lilás
feito de violetas de pedra
e traço cada pausa
no retorno da lua inicial.
Aqui a memória é lenta
como as angústias.
Muitas vezes vejo árvores
com frutos azuis,
ou animais em nudez perfeita
respirando o vento.
A escuridão é o subterfúgio
inesperado do coração
quando o olhar aquece
e o orvalho é de cetim.
Há máscaras de búzios e limos
na cara de quem passa.
Nas suas vozes ouço o itinerário
das manhãs siderais
e nasce nos meus passos
o rumo da via láctea.
Ninguém me conhece.
Venho do arco-íris
e trago nos dedos
o ângulo transparente da noite.
Graça Pires
8 Comments:
At 4:29 da tarde, lique said…
Acho que é de noite que (nos) vemos melhor.
Beijinhos e bom final de domingo, Maria
At 5:48 da tarde, JPD said…
A noite é sempre qualquer coisa de extraordinário.
Bjs
At 11:50 da tarde, wind said…
A noite é mágica. Mais um bonito poema desse poetisa:) beijos:))***
At 11:18 da tarde, Å®t Øf £övë said…
Maria,
À noite todos os sentimentos se potencializam.
Gostei de te ler.
Continuação de boa semana.
Bjs.
At 7:11 da tarde, Anónimo said…
Concrdo com Lique: à noite nos vemos melhor.
Beijazul de primavera, amiga.
At 5:03 da tarde, Anónimo said…
"venho do arco iris/ e trago nos dedos/ o ãngulo transprente da noite..."
Grato, Maria. Pela beleza destes versos. Beijos
At 5:48 da tarde, M.P. said…
É neste percurso que rumamos até nós! :) Tudo de BOM! Até breve! **
At 8:14 da tarde, Anónimo said…
Faço minhas as palavras da Lique.
Um beijinho para ti.
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