AUTO RETRATO
Espáduas brancas palpitantes:
asas no exílio dum corpo.
Os braços calhas cintilantes
para o comboio da alma.
E os olhos emigrantes
no navio da pálpebra
encalhado em renúncia ou cobardia.
Por vezes fêmea. Por vezes monja.
Conforme a noite. Conforme o dia.
Molusco. Esponja
embebida num filtro de magia.
Aranha de ouro
presa na teia dos seus ardis.
E aos pés um coração de louça
quebrado em jogos infantis.
Natália Correia
4 Comments:
At 11:13 da tarde, wind said…
Belo!:) Beijos:))**
At 9:52 da tarde, M.P. said…
Olá, Maria.. Este auto-retrato é sensacional! Um boa semana e espero que as férias estejam à espreita! :)**
At 6:27 da tarde, Anónimo said…
Olá Maria!
De Natália, tenho apenas contra as suas opções partidárias. Mas adoro a poesia dela. E porque as escolhas nos definem, parabéns por mais esta.
Ainda continua de pé, o convite para ir ao S. João?
Façam outro e eu vou.
Beijinhos
At 1:04 da tarde, Anónimo said…
Natália Correia... uma das poetisas minha preferida!!
Uma bela escolha, um auto-retrato perfeito!
Deixo-te um abraço e continuação de boas férias :)
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