Quando, nos lábios, começa um continente,
suspenso no apelo líquido dos beijos,
há um barco que cresce nos meus olhos
e, entre búzios verdes, escrevo água.
Nunca a brisa se demora entre as dunas,
onde os barcos navegam sobre a espuma.
Tudo é secreto, se Maio se repete
nas marcas da pureza recusada.
Um rosto ou um rio me fascinam,
quando a raiva e o sossego
me revelam a nascente
e, no meio das palavras,
procuro apenas um gesto
ou uma sombra.
Graça Pires
9 Comments:
At 11:09 da tarde, wind said…
Sempre bela a poesia de Graça Pires!:) Beijos
At 3:10 da manhã, Anónimo said…
Grato pela partilha.
Um abraço fraterno.
At 7:33 da tarde, JPD said…
Olá Maria
Magnífico poema da GP.
Uma escolha a preceito.
Excelente!
Bjs
At 8:57 da tarde, Manuel Veiga said…
"Tudo é secreto, se Maio se repete
nas marcas da pureza recusada..."
Quem diz assim é uma mulher com enorme talento poético,sem dúvida...
At 2:23 da manhã, Anónimo said…
Muito belo
Um beijo daqui.
At 1:56 da manhã, Å®t Øf £övë said…
Maria,
E há palavras, rostos e gestos que nos dizem tanto...
Bjs.
At 11:29 da manhã, Manel do Montado said…
Simples, pequeno, forte e cheio de sentido e sentimento.
Escolhas da tua sensibilidade.
Um bejo
At 12:02 da tarde, lique said…
Há uma beleza intrínseca nas palavras desta poetisa. Uma tal beleza que nos embala no som, nas imagens, num mundo que só faz sentido no imaginário poético.
Beijinhos
At 9:48 da tarde, Alma de Poeta said…
Parabéns pela escolha do poema que é lindissimo.
Deixo um beijo
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