PLANO
Trabalho o poema sobre uma hipótese: o amor
que se despeja no copo da vida, até meio, como se
o pudéssemos beber de um trago. No fundo,
como o vinho turvo, deixa um gosto amargo na
boca. Pergunto onde está a transparência do
vidro, a pureza do líquido inicial, a energia
de quem procura esvaziar a garrafa; e a resposta
são estes cacos que nos cortam as mãos, a mesa
da alma suja de restos, palavras espalhadas
num cansaço de sentidos. Volto, então, à primeira
hipótese. O amor. Mas sem o gastar de uma vez,
esperando que o tempo encha o copo até cima,
para que o possa erguer à luz do teu corpo
e veja, através dele, o teu rosto inteiro.
Nuno Júdice
5 Comments:
At 12:14 da manhã, JPD said…
Olá maria
Este é um dos poemas que mais aprecio no Júdice.
Extraordinário!
Bjs
At 4:46 da tarde, wind said…
:)))))))))))))))))Lindo:-) beijos:)*
At 4:59 da tarde, lique said…
Um belo poema este de Nuno Júdice! E, caramba, como é verdadeiro! Beijinhos, Maria.
At 11:31 da tarde, M.P. said…
Ai o Amor, o Amor!... Boa semana Maria! :)**
At 6:40 da tarde, Nilson Barcelli said…
O Nuno Júdice escreve muito bem.
Escolheste, por isso, um excelente plano.
Beijinhos.
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