Marginalidade
Subversivamente
o instinto me descomanda.
E a magia inconsciente
do meu corpo
é um jogo clandestino
de gestos sem eco.
Há um ritual divino
nas carícias sensuais
em que me invento.
Nada me torna inocente
dos meus próprios sentidos
quando solto
as linhas marginais
do pensamento
e me seduzo
com gostos proibidos.
Sempre são excessivos os desejos de quem sonha
a vida toda num momento.
A solidão é como o vento.
É nos olhos dos mendigos
que a noite se prolonga por mais tempo.
Graça Pires
4 Comments:
At 2:52 da tarde, M.P. said…
Há alturas em que institivamente nos deixamos voar para bem longe do racional em busca d' AQUELE MOMNENTO! **
At 4:17 da tarde, Anónimo said…
Sensual. Gostei muito. Boa semana. Beijos:)*** wind
At 11:01 da tarde, JPD said…
Olá maria!
Que extraordinária escolha fizeste!
Líndíssimo!
Bjs
At 7:15 da tarde, Nilson Barcelli said…
Também não conheço a Graça Pires (a minha cultura poética é infima).
Mas este poema é muito bom. Fizeste boa escolha mais uma vez.
Resta saber, se é que isso interessa, o que há de auto-biográfico nele. Mas isso só daqui a alguns anos, quando alguém estudar a obra dela.
Beijinho
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