Tinham o rosto aberto a quem passava
Tinham lendas e mitos
e frio no coração
Tinham jardins onde a lua passeava
de mãos dadas com a água
e um anjo de pedra por irmão.
Tinham como toda a gente
o milagre de cada dia
escorrendo pelos telhados;
e olhos de oiro
onde ardiam
os sonhos mais tresmalhados.
Tinham fome e sede como os bichos,
e silêncio
à roda dos seus passos.
Mas a cada gesto que faziam
um pássaro nascia dos seus dedos
e deslumbrado penetrava nos espaços.
Eugénio de Andrade
4 Comments:
At 10:37 da tarde, lique said…
Hoje, entre todos os dias, é dia de honrar a poesia incomparável de Eugénio de Andrade. E ti assim fizeste Maria. Obrigada. Beijinhos
At 7:08 da tarde, Å®t Øf £övë said…
Tinham o amor e isso é muito importante para viver em paz e com felicidade.
At 11:38 da tarde, JPD said…
Olá maria!
Extraordinário poema desse teu (nosso) conterrâneo, de todo o lado. Bela escolha.
Bjs
At 9:22 da tarde, M.P. said…
Boa semana .. tenho andado arredia por complicações lá pela minha "casa" que me tem andado a fazer umas partidas e me obrigou a começar a onfiguração do zero... mais uma vez!!:/Espero que TUDO esteja OK por estes lados!**
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