INSULAR
Entre o outono e a neve
construí uma ilha
e deixei correr nos meus olhos
a véspera de um rio
e a linguagem absurda das ideias
com identidade suspeita.
Na vertente do corpo
havia um lugar frágil,
onde o cheiro das maçãs
se transformava em orvalho
e as mãos escorregavam
pelo lado morno da voz,
até à represa de um chamamento azul.
Vim do lado sul
de todos os caminhos
que vão dar à sede.
Conheci a turbulência
de um verão intacto
e desenhei a curva
incontornável da lua cheia.
Graça Pires
9 Comments:
At 10:43 da tarde, wind said…
Perante este magnífico poema, com um genial "jogo" de palavras estou siderada:) beijos
At 10:57 da tarde, fotArte said…
Olá Maria,
Muito obrigado pela tua visita ao meu cantinho.
Deixo aqui, mais uma vez, o meu apreço pelo teu trabalho.~
Um beijo ;)
At 11:57 da tarde, JPD said…
Eis mais um poema extraordinário da Graça Pires.
Gostei muito.
Bjs
At 12:11 da tarde, Anónimo said…
Bom dia Maria.
Adoro as tuas escolhas. E já tenho efectivamente saudades tuas.
Tem um bom fim de semana querida
At 5:25 da tarde, Manel do Montado said…
(...) Vim do lado sul
de todos os caminhos
que vão dar à sede.
Espectacular escolha e excelente o remate do poema.
Beijo
At 3:14 da tarde, Anónimo said…
Vim do lado sul
de todos os caminhos
que vão dar à sede.
eu também. eu também.
beijo grande, Maria.
At 4:35 da tarde, lique said…
Um poema prenhe de uma beleza inquieta. Belíssimo.
Beijinhos, Maria, e uma boa semana
At 8:56 da tarde, M.P. said…
Já há algum tempo que não vinha aqui, Maria!Venho deixar-te um olá e dizer-te obrigada por mais um "post" tão bonito!Espero que esteja tudo bem contigo! :)**
At 6:30 da tarde, Anónimo said…
Encontrei teu blog por acaso...
adorei os textos..
lindo poema...
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