As palavras
São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
Eugénio de Andrade
5 Comments:
At 6:05 da tarde, wind said…
Nós:) Genial poema de Eugénio de Andrade sobre as palavras. E mais uma linda escolha tua:-) beijos:)**
At 7:24 da tarde, lique said…
As palavras de Eugénio de Andrade que escutaremos sempre com prazer redobrado. Um beijinho, Maria.
At 9:50 da tarde, JPD said…
Eu, por exemplo, sou candidato! Tudo farei para merecer pertencer ao grupo dos admiradores do Eugénio, admirando a sua poesia.
Bjs pela escolha.
At 9:02 da tarde, Anónimo said…
E eu, e nós todos não sabemos o que as palvras fazem?? Mas dizer ASSIM só mesmo o Eugénio de Andrade! :)** M.P.
At 10:21 da tarde, Anónimo said…
Belas palavras que formam poemas que encantam. Adorei entrar no teu espaço de sentires. Beijos.
Anne
http://www.anne_voce.blogger.com.br
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