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Tão brando é o movimento
das estrelas, da lua,
das nuvens e do vento,
que se desenha a tua
face no firmamento.
Desenha-se tão pura
como nunca a tiveste,
nem nenhuma criatura.
Pois é sombra celeste
da terrena aventura.
Como um cristal se aquieta
minha vida no sono,
venturosa e completa.
E teu rosto aprisiono
em grave luz secreta.
Teu silêncio em meu peito
de tal maneira existe,
reconhecido e aceito,
que chego a ficar triste
de vê-lo tão perfeito.
E não pergunto nada.
Espero que amanheça,
e a cor da madrugada
pouse na tua cabeça
uma rosa encarnada.
Cecília Meireles
5 Comments:
At 1:02 da manhã, Anónimo said…
Maria, esta é só uma das minhas poetisas preferidas. O amor nela tão depressa era bom como doloroso. Nunca até hoje a entendi;) beijos:)***PS: As coisas são enquanto duram.
At 3:09 da tarde, M.P. said…
Lindo, Maria! Hino ao Amor! Ao teu Amor? :)**
At 9:50 da tarde, Anónimo said…
Maria o 1ºcomment foi meu. ai a minha cabeça no ar:))) wind
At 10:02 da tarde, JPD said…
Muito bonito!
Bjs
At 10:14 da tarde, lique said…
Que belo poema de Cecília Meireles! Algo de doce, lento, aceite tal como é. Levo-o para a minha noite de hoje. Beijinhos, maria.
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